“Olhai para as aves do céu”, “olhai para os lírios do campo”, disse Jesus.
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”, diz o salmista.
“Os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e divindade, são vistos claramente desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas”, diz o apóstolo Paulo.
As Escrituras são ricas em descrever a manifestação da glória de Deus em toda a sua criação. E porque Deus se manifesta na natureza, somos encorajados a glorificá-lo por suas maravilhosas obras.
Ao longo da história, teólogos e filósofos, agindo com boas intenções, elaboraram métodos por meio dos quais seria possível provar a existência de Deus apelando à natureza. Contrariando essa compreensão clássica e predominante de teologia natural, porém, Alister McGrath nos apresenta o livro “Teologia Natural: Uma nova abordagem“, onde nos brinda com uma nova perspectiva sobre o assunto, resgatando a importância da teologia natural e fortalecendo o seu conceito.
Para McGrath, como a natureza por si só é incapaz de revelar o Deus cristão, precisamos desenvolver uma teologia natural encarnacional (isto é, a partir da doutrina da encarnação de Cristo), pois a decisão divina de habitar a ordem material na encarnação é capaz de revelar o divino.
Nesse sentido, a natureza é como um “segredo revelado”, publicamente acessível por meio de uma cosmovisão cristã, entendendo aquilo que é observado a partir das lentes do evangelho e não por meio de provas, estritamente falando. Nas palavras de McGrath,
“A proficuidade explicativa do cristianismo é defendida por ser ele visto em consonância com o que se observa. ‘Acredito no cristianismo como acredito que o sol nasceu, não apenas porque o vejo, mas porque por meio dele vejo tudo o mais’. Essas palavras finais do ensaio de C. S. Lewis, ‘Is theology poetry?’, apresentam a visão cristã de que a crença em Deus esclarece a perspectiva intelectual, permitindo que as coisas sejam vistas de sua perspectiva verdadeira, de modo que a coerência interna da realidade possa ser apreciada.”
Sem dúvida, uma leitura indispensável a todos que se interessam por cosmovisão, teologia pública e apologética.